A Curadoria – Uma das formas do trabalho, uma prática fora da lei
Eduarda Neves
HORÁRIO

17 de maio a 7 de junho de 2024

6ª-feira
17:00–20:00

DURAÇÃO

12 horas | 4 sessões

LOCAL

Escola das Artes – Universidade Autónoma de Lisboa (Campo de Ourique)

Ao longo das últimas décadas, o curador de exposições tem vindo a ocupar um lugar cada vez mais influente no mundo da arte. Na realidade, este é o culminar de um processo de transformação da profissão cujo início remonta ao final da década de 1960 e início de 1970, e que está associado a um fenómeno e movimento assumidamente «contra» ou «anti»-museu.

Em Portugal, destacam-se sobretudo os anos 1980-1990 como o início desta proeminência, que tem vindo a ocupar um espaço cada vez mais relevante no panorama artístico, cultural e até mediático nacional. Muitas das práticas curatoriais a que hoje assistimos têm as suas raízes, de forma mais ou menos assumida, no trabalho desenvolvido por curadores que dirigiram instituições culturais, que provêm da academia ou que trilharam percursos singularmente independentes. Alguns, porém, parecem ter em comum formas de resistência às estruturas institucionais através da exploração de novas estratégias de apresentação e distribuição da arte contemporânea.

Por outro lado, a influência de alguns destes profissionais é igualmente visível no modo como os curadores contemporâneos constroem os seus percursos e procuram criar imagens marcantes através do seu corpo de trabalho. Às funções da exposição, conservação e divulgação da arte contemporânea, o curador dos nossos dias acumula outras tantas que lhe conferem poderes de legitimação e até financeiros, contudo, é na prática expositiva enquanto meio de expressão, reflexão sobre o mundo e intervenção que se centra este conjunto de sessões que reúne curados com trajeto profissional consolidado em diálogo com profissionais emergentes.

Neste conjunto de quatro sessões, propõe-se abordar as relações entre a multiplicidade de projetos expositivos, estratégias e programas críticos que situam a curadoria como uma das formas do trabalho e a configuram como prática fora da lei.

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Tópicos principais
  • A curadoria como máquina de guerra;
  • Paixões e insídias: a curadoria enquanto erótica e violência, com a participação de David Revés;
  • Curadoria e espaços (in)dependentes, com a participação de Vera Carmo;
  • Curadoria e geopolítica, com a participação de Paula Nascimento.
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Bibliografia da autora

NEVES, E. 2023. Bestiário Menor. Lisboa: Barco Bêbado.
NEVES, E. 2021. 35 Graus Celsius. Ensaios Sobre Arte Contemporânea. Lisboa: Palimpsesto.
NEVES, E. 2019. Nem – Isto – Nem – Aquilo. Lisboa: Palimpsesto.
NEVES, E. 2016. O Auto-Retrato: fotografia e subjectivação. Lisboa: Palimpsesto.

PROPINAS

260, 00€

Condições de pagamento
O pagamento poderá ser efetuado na totalidade aquando da inscrição.

Condições especiais
Desconto de 10% para comunidade Autónoma
Desconto de 30% para early birds (até 2 de maio)
Desconto de 40% para sub-23

CONDIÇÕES DE ACESSO

Sem condições de acesso.

INSCRIÇÕES

Número de vagas: 18

O curso apenas se realizará mediante um número mínimo de alunos inscritos.

Eduarda Neves

Professora de teoria e crítica de arte contemporânea, área na qual publicou diversos artigos e livros. Curadora independente tendo já apresentado múltiplos projectos expositivos em instituições e espaços nacionais e internacionais. A sua actividade de investigação e curadoria articula os domínios da arte, filosofia e política. Colaboradora regular da revista “Contemporânea”. Em 2021, foi a editora convidada do #7 desta publicação, dedicado à fotografia no campo das artes visuais. Os seus livros mais recentes são: “O Auto-retrato. Fotografia e Subjectivação” (Lisboa: Palimpsesto | CEAA, 2016) [seleccionado para o prémio Pen Club na categoria de Ensaio, 2017], “Nem-Isto-Nem-Aquilo” (2020) e “35 graus Celsius. Ensaios sobre arte contemporânea” (2021) pela mesma editora [seleccionado para o prémio Pen Club na categoria de Ensaio, 2022]. Em 2022, publicou o livro “Bestiário Menor. Tempo e Labirinto na arte contemporânea” (Lisboa: Barco Bêbado), o qual será editado em 2023 pela &&& Books (The New Centre, Berlin). Licenciada em Filosofia e Doutorada em Estética, é Professora Auxiliar na ESAP. Responsável pelo grupo de investigação em Arte e Estudos Críticos do CEAA desde 2013. Integrou as Comissões de Aquisição de Arte Contemporânea para a Colecção do Estado Português (2019-20) e para a Colecção Municipal do Porto (2021). Integra o Conselho Consultivo do The New Centre Research & Practice. Actualmente é directora da ESAP – Escola Superior Artística do Porto.