Atrito da Cor: Materialidade, Perceção, Ambiguidade
Ana Cardoso
HORÁRIO

Outubro de 2025

3ª-feira

17:00–20:00

DURAÇÃO

18 horas | 6 sessões

LOCAL

Escola das Artes – Universidade Autónoma de Lisboa (Campo de Ourique)

Este curso teórico-prático propõe uma abordagem tridimensional ao estudo da cor, articulando uma metodologia experimental inspirada em Josef Albers e reflexões críticas, culturais, poéticas e históricas a partir da leitura de textos recentes de Fred Moten e de Amy Sillman. Inspirado no método de Albers — colocando a prática antes da teoria — e nos seus ensinamentos no Black Mountain College nos anos 1930-40, nas primeiras sessões focar-nos-emos em exercícios cromáticos do Interaction of Color de Albers, desafiando noções convencionais sobre a cor. 

Elaborar-se-ão experiências de cor e forma através de derivas urbanas (Campo de Ourique, Tapada das Necessidades ou Jardim da Estrela) – onde materiais encontrados servirão como ponto de partida para exercícios visuais. Os passeios promovem a desaprendizagem – onde se procura o acidental, o marginal, e se confrontam noções pré-estabelecidas substituindo-as por possibilidades.

O curso contempla um diálogo entre as demonstrações de Albers (percepção relacional da cor) e as ideias de Moten e Sillman (cor como ideia, cultura, liberdade, poder, política, poética). O objetivo é questionar a percepção visual estimulando um olhar activo.

+
Tópicos principais

– Relatividade da Cor
– Introdução ao pensamento de Albers;
– Exercícios de interação cromática (ilusões, transparências, mutabilidade);
– Derivas urbanas, observações, e recolha de materiais;
– Leitura coletiva de excertos de Black and Blur de Moten e On Color de Sillman;
– Experimentação material e análise coletiva das experiências;
– Contrapontos — Albers × Moten × Sillman.

PROPINAS

175,00 €

Condições de pagamento
Pagamento único.
O pagamento poderá ser efetuado na totalidade aquando da inscrição.

CONDIÇÕES DE ACESSO

Sem condições de acesso.

INSCRIÇÕES

Número de vagas: 15

O curso apenas se realizará mediante um número mínimo de alunos inscritos.

Ana Cardoso

Ana Cardoso (n. 1978, Lisboa) vive e trabalha actualmente em Lisboa, após ter vivido e trabalhado em Nova Iorque entre 2004 e 2020, um periodo crucial no modo como o seu trabalho se desenvolveu e respondeu ao contexto e história da pintura recente. O seu trabalho centra-se na prática da pintura em diálogo com a abstracção, a instalação, e a sua activação enquanto objecto que dialoga com o corpo e o seu contexto.

A sua exposição individual, Leaky Abstraction, comissariada por João Pinharanda, MAAT — Museu de Arte, Aquitectura e Tecnologia, Lisboa, 2023, deu origem a uma publicação de artista, Leaky Abstraction — Four Color Edition (2024), desenvolvida em colaboração com Ana Baliza, onde se incluem textos do curador e dos escritores norte-americanos Maika Pollack e William J. Simmons. A publicação foi apresentada em conversa com Maika Pollack na CARA — Center for Art, Research and Alliances, Nova Iorque (2025), e está também disponível no MAAT, Lisboa, e na livraria da ZdB, Lisboa.

Uma selecção das suas exposições inclui: Maika Pollack/Uptown Gallery, Nova Iorque (2025); Museu de Tavira/Palácio da Galeria, Tavira (2025); Nuno Centeno, Porto (2023); Renata Fabbri, Milão (2023); Cristina Guerra, Lisboa (2021); Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa (2019); Klaus Von Nichtssagend, Nova Iorque (2019); Parapet Real Humans, St Louis (2018); Arpad Szenes — Museu Vieira da Silva, Lisboa (2018); MAAT, Lisboa (2017); Temnikova e Kasela, Tallinn (2017); Granpalazzo, Roma (2017); Jablonka Maruani Mercier, Knokke (2016); Rachel Uffner, Nova Iorque (2015); Andrew Rafacz, Chicago (2015); MNAC — Museu do Chiado, Lisboa (2015); Múrias Centeno, Lisboa (2014); Longhouse Projects, Nova Iorque (2014); Marianne Boesky, Nova Iorque (2012); Maisterravalbuena, Madrid (2012); Pedro Cera, Lisboa (2012); Bienal de Praga 5, Praga (2011); Simone Subal, Nova Iorque (2011); Emily Harvey Foundation, Nova Iorque (2010); On Stellar Rays, Nova Iorque (2010); The Kitchen, Nova Iorque (2009); Tracy Williams, Nova Iorque (2009).

Cardoso foi finalista do Prémio Novos Artistas, Fundação EDP / MAAT, Lisboa (2017), e do Prémio Jovens Pintores — Fidelidade Mundial, Culturgest, Lisboa (2007).

O seu trabalho foi incluído em Painting Now, editado por Suzanne Hudson e publicado pela Thames & Hudson (2015), e tem aparecido em textos críticos na Artforum, Flash Art, Mousse, Modern Painters, Art in America, The Brooklyn Rail, Contemporânea, Público, Expresso, entre outros.

Ana Cardoso concluiu o Mestrado em Pintura (MFA) no Hunter College — CUNY, Nova Iorque (2006), e uma Licenciatura em Pintura na FBAUL, Lisboa (2003). Foi bolseira da Fundação Pollock-Krasner, Nova Iorque (2019-2020), fellow da masterclass Shandaken Projects — Paint School, Nova Iorque (2018-2019), e bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Luso-Americana entre 2004 e 2006.

O seu trabalho está representado em colecções privadas e institucionais como: Museu Calouste Gulbenkian; Fundação EDP/MAAT; CACE—Colecção de Arte Contemporânea do Estado; Núcleo de Arte Contemporânea da Câmara Municipal de Lisboa, Galerias Municipais/EGEAC; Colecção Norlinda e José de Lima; Akzo Nobel Art Foundation, Amsterdam; entre outras.

Em 2020, Ana Cardoso fundou o espaço independente Figura Avulsa em Santa Catarina, Lisboa, onde organiza exposições e eventos. O programa tem vindo a estabelecer uma comunidade entre artistas locais e internacionais como: Rebecca Watson Horn, Max Ruf, Christine Rebet, Gonçalo Pena, Leyla Gediz, Marta Angela (Von Calhau!), Allison Knowles, João Simões, Gwenn Thomas, Charles Mayton, Ellie Ga, Nikolai Nekh, entre outros.